quinta-feira, 11 de abril de 2013

Personal trainer, vale a pena?

Ao contrário do que muitos pensam, contar com a ajuda de um personal trainer não é mero capricho dos mais afortunados. Apesar de ser, sim, um serviço caro, existem algumas situações em que ele se faz essencial para garantir a saúde e segurança do aluno.

É o caso das pessoas com limitações físicas. Segundo o especialista em fisiologia do exercício, Oswaldo Langella, professor na academia Lembu-Kan Sports (SP) e personal trainer, alunos que sofreram lesões musculares ou que apresentam problemas de saúde como doenças cardíacas, diabetes, hipertensão e obesidade são aconselhados a buscar o acompanhamento individualizado de um personal trainer. “Não é regra, mas estes casos requerem uma atenção especial. O trabalho diferenciado será mais interessante do que um coletivo, devido às limitações”, defende.


No entanto, esta não é a única situação em que o serviço se faz útil. Pessoas que não têm disposição para frequentar a academia encontram no personal um estímulo para manter sua rotina de exercícios. Segundo o especialista, o personal trainer está sempre atualizado sobre as mais diversas atividades, como ginástica funcional, ioga, pilates e outras. “Para o aluno, o diferencial fica por conta da proximidade, da atenção, que é especializada, e da facilidade com que seu progresso é avaliado”, explica.

O atendimento pode ser feito na casa do aluno, em parques, na academia ou até mesmo em locais alternados, o que, segundo Oswaldo, acaba criando uma rotina saudável e divertida para o aluno, garantindo ainda mais motivação. “Para isso, o relacionamento com o cliente, o carisma e a alegria do personal também ajudam muito”, diz.

Outro grupo que é bastante beneficiado pelo serviço são as pessoas com objetivos específicos. “Os professores da academia têm condições de suprir as necessidades gerais dos alunos, como melhorar a saúde e qualidade de vida. Mas, se os objetivos forem muito específicos, o personal trainer passa a valer a pena, não por conta da qualidade dos profissionais, mas sim pela parte operacional das academias, que dispõem de poucos professores para uma demanda grande de alunos”, explica Oswaldo. O personal será capaz de avaliar a fundo a necessidade do cliente e montar um treino personalizado. Além disso, o acompanhamento de perto permite que possíveis erros na execução dos exercícios sejam observados e corrigidos, o que, além de potencializar o treino, evita lesões.

O custo deste serviço varia muito de acordo com o profissional e também a região. Segundo Oswaldo, o valor geralmente oscila entre R$ 60 e R$ 80 a hora/aula. Personal trainers que são conhecidos no meio e muito requisitados chegam a cobrar R$ 200 pelo serviço. De acordo com o especialista, o ideal é realizar os encontros quatro vezes na semana.

Veja quais são os principais benefícios de contratar um personal trainer, segundo Oswaldo:

- Melhor aproveitamento do exercício, uma vez que o aluno fica mais centrado;

- Maior capacidade de avaliar os resultados;

- Maior comodidade para o aluno, que só tem a preocupação de treinar, já que a carga (peso) e a contagem das repetições ficam por conta do personal;

- Maior motivação para o aluno, tanto pelo encorajamento dado pelo professor quanto pelo compromisso assumido pelo aluno ao pagar pela aula;

- Correção mais precisa dos exercícios, potencializando o treino e evitando possíveis lesões.

Fonte: uol.com.br

domingo, 7 de abril de 2013

A Importância do Sono

É um total contra-senso o fato de que, num mundo em que cerca de 16 a 40% das pessoas em geral sofrem de insônia, haja aquelas que, iludidas pelos valores da sociedade industrial, esforçam-se por reduzir o número de horas de sono diário,. Com isso acreditam, provavelmente, que um corpo "treinado" para dormir menos nos permita ampliar o número de "horas úteis" do dia, mantendo o mesmo desempenho.


Pura ilusão ou, mais provavelmente, uma boa dose de ignorância sobre a importância que o sono tem no funcionamento de nosso corpo e da nossa mente.

Dormir não é apenas uma necessidade de descanso mental e físico: durante o sono ocorrem vários processos metabólicos que, se alterados, podem afetar o equilíbrio de todo o organismo a curto, médio e, mesmo, a longo prazo. Estudos provam que quem dorme menos do que o necessário tem menor vigor físico, envelhece mais precocemente, está mais propenso a infecções, à obesidade, à hipertensão e ao diabetes .

Alguns fatos comprovados por pesquisas podem nos dar uma idéia da importância que tem o sono no nosso desempenho físico e mental. Por exemplo, num estudo realizado pela Universidade de Stanford, EUA, indivíduos que não dormiam há 19 horas foram submetidos a testes de atenção. Constatou-se que eles cometeram mais erros do que pessoas com 0,8 g de álcool no sangue - quantidade equivalente a três doses de uísque. Igualmente, tomografias computadorizadas do cérebro de jovens privados de sono mostram redução do metabolismo nas regiões frontais (responsáveis pela capacidade de planejar e de executar tarefas) e no cerebelo (responsável pela coordenação motora). Esse processo leva a dificuldades na capacidade de acumular conhecimento e alterações do humor, comprometendo a criatividade, a atenção, a memória e o equilíbrio.

O sono e os hormônios

A longo prazo, a privação do sono pode comprometer seriamente a saúde, uma vez que é durante o sono que são produzidos alguns hormônios que desempenham papéis vitais no funcionamento de nosso organismo. Por exemplo, o pico de produção do hormônio do crescimento (também conhecido como GH, de sua sigla em inglês, Growth Hormone) ocorre durante a primeira fase do sono profundo, aproximadamente meia hora após uma pessoa dormir.

As Fases do Sono

Fase 1 Melatonina é liberada, induzindo o sono(sonolência)

Fase 2 Diminuem os ritmos cardíaco e respiratório, (sono leve) relaxam-se os músculos e cai a temperatura corporal

Fases 3 e 4 Pico de liberação do GH e da leptina; cortisol começa (sono profundo) a ser liberado até atingir seu pico, no início da manhã

Sono REM Sigla em inglês para movimento rápido dos olhos, é o pico da atividade cerebral, quando ocorrem os sonhos. O relaxamento muscular atinge o máximo, voltam a aumentar as freqüências cardíaca e respiratória

Qual é o papel do GH? Entre outras funções, ele ajuda a manter o tônus muscular, evita o acúmulo de gordura, melhora o desempenho físico e combate a osteoporose. Estudos provam que pessoas que dormem pouco reduzem o tempo de sono profundo e, em conseqüência, a fabricação do hormônio do crescimento.

A leptina, hormônio capaz de controlar a sensação de saciedade, também é secretada durante o sono. Pessoas que permanecem acordadas por períodos superiores ao recomendado produzem menores quantidades de leptina. Resultado: o corpo sente necessidade de ingerir maiores quantidades de carboidratos.

Com a redução das horas de sono, a probabilidade de desenvolver diabetes também aumenta. A falta de sono inibe a produção de insulina (hormônio que retira o açúcar do sangue) pelo pâncreas, além de elevar a quantidade de cortisol, o hormônio do estresse, que tem efeitos contrários aos da insulina, fazendo com que se eleve a taxa de glicose (açúcar) no sangue, o que pode levar a um estado pré-diabético ou, mesmo, ao diabetes propriamente dito. Num estudo, homens que dormiram apenas quatro horas por noite, durante uma semana, passaram a apresentar intolerância à glicose (estado pré-diabético).

Mas qual é a quantidade ideal de horas de sono? Embora essa necessidade seja uma característica individual, a média da população adulta necessita de 7 a 8 horas de sono diárias. Falando em crianças, é especialmente importante que seja respeitado um período de 9 a 11 horas de sono, uma vez que, quando elas não dormem o suficiente, ficam irritadiças, além de terem comprometimento de seu crescimento (devido ao problema já mencionado sobre a diminuição do hormônio do crescimento), do aprendizado e da concentração.

É na escola que os primeiros sintomas da falta de sono são percebidos. O desempenho cai e a criança pode até ser equivocadamente diagnosticada como hiperativa, em função da irritabilidade e de sua dificuldade de concentração, conseqüentes da falta do sono necessário. É no sono REM, quando acontecem os sonhos, que as coisas que foram aprendidas durante o dia são processadas e armazenadas. Se alguém, adulto ou criança, dorme menos que o necessário, sua memória de curto prazo não é adequadamente processada e a pessoa não consegue transformar em conhecimento aquilo que foi aprendido. Em outras palavras: se alguém - adulto ou criança - não dorme o tempo necessário, tem muita dificuldade para aprender coisas novas.

Riscos provocados pela falta de sono a curto prazo: cansaço e sonolência durante o dia, irritabilidade, alterações repentinas de humor, perda da memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, redução da capacidade de planejar e executar, lentidão do raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração.

Riscos provocados pela falta de sono a longo prazo: falta de vigor físico, envelhecimento precoce, diminuição do tônus muscular, comprometimento do sistema imunológico, tendência a desenvolver obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e gastro-intestinais e perda crônica da memória.

Conselhos para Dormir Melhor

À noite, procure comer somente alimentos de fácil digestão e não exagerar nas quantidades

Evite tomar café, chás com cafeína (como chá-preto e chá-mate) e refrigerantes derivados da cola, pois todos são estimulantes ("despertam").

Evite dormir com a TV ligada, uma vez que isso impede que você chegue à fase de sono profundo.

Apague todas as luzes, inclusive a do abajur, do corredor e do banheiro

Vede bem as janelas para não ser acordado(a) pela luz da manhã

Não leve livros estimulantes nem trabalho para a cama

Procure usar colchões confortáveis e silenciosos

Tire da cabeceira o telefone celular e relógios

Tome um banho quente, de preferência na banheira, para ajudar a relaxar, antes de ir dormir

Procure seguir uma rotina à hora de dormir, isso ajuda a induzir o sono


Fonte:
Dra. Regeane Trabulsi Cronfli, médica formada pela Faculdade de Medicina da USP, especialista em Endocrinologia e Metabologia.