Esteira permite vários tipos de treinamento
Os exercícios realizados na esteira podem apresentar resultados bem distintos, bastam algumas alterações pequenas na maneira de realizá-los. Existem recursos para ajustar velocidade e inclinação, além dos treinos pré-programados. O uso correto de cada mecanismo permite queimar gordura, ganhar músculos e aperfeiçoar o condicionamento físico.
O equipamento é prático. Faça chuva, faça sol, ele vai estar sempre ali na academia, no espaço comum do prédio ou na garagem de casa. O risco é bem menor de perder o treino por fatores externos. “Em compensação, é mais fácil o aluno ficar entediado porque não muda o cenário, não sai do lugar”.
Especialista em treinos indoor e de rua, o educador físico conhece bem as vantagens e desvantagens de cada modalidade. “A esteira é boa para amortecer o impacto do exercício, que chega a ser três vezes menor”. Isso graças ao sistema de amortecimento dos rolamentos.
Outra vantagem da esteira é o controle maior sobre o exercício. É mais fácil monitorar fatores importantes como frequência cardíaca, ritmo e tempo do exercício. “Também é mais simples corrigir a postura do aluno e eliminar vícios de corrida”. Mas é preciso ter cuidado com alguns vícios específicos do exercício no equipamento.
“Quando o aluno cansa, ele geralmente se apoia nos suportes da esteira. O problema é que isso interfere nos movimentos do quadril”, alerta o educador físico. A inclinação do tronco, por vezes justificada pela necessidade de olhar o painel da esteira, também compromete a postura.
Na rua, o esforço do corredor tende a ser maior. Ele vai enfrentar mais variações de inclinação, precisará estar mais preparado para lidar com o impacto do exercício e vai sofrer até com a resistência do ar.
As variações de intensidade aperfeiçoam a potência aeróbia do corredor, com benefícios para coração, músculos e pulmões. A contrapartida disso é que o corredor perderá menos gordura, pois a fonte de energia será compartilhada com o glicogênio (carboidratos).
Um dos referenciais para garantir que o exercício esteja realmente produzindo o efeito desejado está na frequência cardíaca. Ela deve estar entre 80% e 85%. Este referencial varia de acordo com a idade e pode ser calculado de maneira simples, com a seguinte fórmula:
(220 – idade) x 0,80 = mínima
(220 – idade) x 0,85 = máxima
Mas o modelo padrão pode não refletir com precisão as particularidade de cada pessoa, de cada organismo. Até porque o próprio treinamento constante pode resultar em variações no condicionamento. Portanto, recomenda-se um teste ergométrico, no qual a pessoa será levada do repouso à exaustão. “Assim é possível verificar sua frequência cardíaca máxima”.
Melhor ainda se a pessoa puder fazer um exame mais específico, o ergoespirométrico. Ele apontará o ponto de transição entre os metabolismos aeróbio e anaeróbio. É neste momento em que o organismo tem o melhor aproveitamento do condicionamento físico. Contudo, a queima de gordura é menor.
Para emagrecer
Se o objetivo do corredor é entrar em forma, os treinadores recomendam um exercício constante na esteira com intensidade menor. A frequência cardíaca deve ser menor também, variando entre 65% e 75%.
“Se a pessoa consegue conversar, porque não está ofegante, está queimando mais gordura.
“O ritmo constante é mais eficaz para mobilização de gorduras”. O treino traz benefícios para a capilarização muscular (ganho de vasos sanguíneos), estrutura que pode ser útil, por exemplo, para treinos de musculação.
O ritmo, embora constante, pode ter a velocidade aumentada conforme a pessoa vai ganhando condicionamento físico. Basta acompanhar as respostas do organismo pelo monitor de frequência cardíaca, instrumento presente até nas esteiras mais básicas.
Para ganhar músculos
O recurso da inclinação, embora não presente em todas as esteiras, proporciona benefícios interessantes. Ele aumenta o esforço e varia a requisição dos músculos. “Quem corre apenas com a esteira plana acaba sofrendo um enfraquecimento da tibial anterior (musculatura na frente do tornozelo)”. Mas isso pode ser contornado com inclinação positiva da esteira, simulando uma subida.
“O esforço é maior na esteira inclinado, o que traz um benefício maior ao músculo”. Contudo, o ganho de massa magra não chega a ser tão expressivo quanto no obtido em treinos de musculação.
Mesmo assim, o trabalho muscular pode ser importante para aumentar a resistência aos exercícios na esteira, necessária tanto para treinos de resistência (perda de peso) quanto de explosão (aumento de condicionamento).
Seja qual for o tipo de treino, treine ao menos duas vezes por semana para haver resultados mais consistentes. Os treinos também devem ser em dias alternados para permitir ao músculo e às articulações se recuperarem. O ideal é haver acompanhamento de algum educador físico, além de um check-up anterior para verificar as condições de saúde.
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