segunda-feira, 5 de abril de 2010

Atividade Física x Gestante

As atitudes em relação ao exercício para as mulheres durante a gravidez mudaram significativamente nas décadas recentes. De fato, a diferença entre as orientações da década de 1950 e as orientações iniciais do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG), divulgadas em 1985, são muito marcantes, e essas recomendações recentes foram seguidas por mais orientações revisadas da ACOG, em 1994 e 2002. As informações que mostram que as gestantes podem se exercitar mantendo em segurança o desenvolvimento do feto e da própria mãe continuam a se multiplicar.


De fato, as orientações mais recentes da ACOG (2002) afirmam que as gestantes saudáveis podem adotar a recomendação de atividade para a população geral, que é de 30 minutos ou mais de exercícios moderados na maioria dos dias da semana, quando não em todos. Raul Artal, principal autor por trás das recomendações da ACOG, acredita que a gravidez oferece uma época singular para a modificação de comportamento, e que os comportamentos saudáveis mantidos ou adotados durante a gravidez podem influenciar a saúde de uma mulher pelo resto da vida (Schnirring, 2002).

Muitas mulheres em idade fértil exercitam-se regularmente e frequentemente desejam continuar a fazê-lo durante a gravidez e o período pós-natal. Isso reflete não apenas a evolução do papel da mulher na sociedade, mas também os avanços no entendimento cientifico dos efeitos do exercício sobre o feto (Artal e Scherman, 1999). O conhecimento cientifico ajuda a mãe a se exercitar com confiança e contribui para uma abordagem precisa de programa, que mantém a segurança da mãe e da criança que vai nascer.

A seguir você verá alguns mitos e as explicações do porque é apenas um mito:

1 – O exercício nunca deve durar mais de 15 minutos: A maioria das orientações atuais, apoiadas por pesquisa que dizem que as mulheres com gravidez sem complicações podem se exercitar virtualmente com as mesmas salvaguardas das mulheres não grávidas, apóia a idéia de que as mulheres podem se exercitar por períodos mais longos (30 minutos ou mais, na maioria ou em todos os dias da semana), contando que permaneçam bem hidratadas e percebam o exercício como ameno ou moderado (ACOG, 1994; 2002).

2 – A freqüência cardíaca durante o exercício nunca deve exceder os 140 batimentos por minuto: As novas orientações dizem que as mulheres podem realizar exercícios regulares, entre amenos e moderados no Maximo, em todos os dias da semana (ACOG, 2002). Isso permite que cada gestante regule seu próprio nível de condicionamento físico e esforço percebido, o que pode corresponder melhor às necessidades individuais de condicionamento.

3 – O exercício gera bebes de baixo peso: James Clapp (1998) descobriu que o exercício vigoroso e regular durante a gravidez diminui a gordura fetal sem reduzir o crescimento total. Em outras palavras, as mulheres que se exercitam não tem bebes com baixo peso (menos de 2,5 quilos), mas podem ter bebes mais leves e esbeltos.

4 – O exercício vigoroso pode causar abortos ou trabalho de parto prematuro, e as atletas grávidas que se exercitam intensamente comprometem a saúde materna e fetal (Kardell e Kase, 1998; Davies e Budgett, 1998; Hale e Milne, 1996): A taxa normal de aborto situa-se entre 15 e 20%. A incidência de abortos nas gestantes que se exercitam e nas que não se exercitam é de 16 e 17% (Chapp, 1998). Continuar com os exercícios durante a gravidez não conduz a uma maior incidência de abortos ou deficiência de nascença.

Assim como em relação ao trabalho de parto prematuro, a preocupação é que o aumento da produção de norepinefrina e prostaglandina durante o exercício (ou ao ficar em pé por períodos prolongados) pudesse estimular a atividade uterina e o trabalho de parto prematuro. Um estudo conclui que ‘a redução observada no risco de parto prematuro em uma população obstétrica geral é uma evidencia da segurança, bem como dos benefícios potenciais do exercício durante a gestação’(Artal e Sherman, 1999. p. 57).

Em relação ao exercício vigoroso? Embora um regime de treinamento com exercícios moderados seja geralmente recomendado durante a gestação, algumas atletas grávidas com alto nível de condicionamento físico parecem capazes de treinar com segurança em níveis de grande exigência de execução física (Bailey, Davies e Budgett, 1998; Hale e Milne, 1996; Kardel e Kase, 1998).

5 – Se você nunca se exercitou, não inicie um programa de exercícios durante a gravidez. Você terá mais prejuízos do que lucros: A gravidez não deve ser uma desculpa para permanecer sedentárias ou motivo para ganhar peso desnecessário (ACOG, 2002). O exercício tem o potencial de reduzir a probabilidade do diabetes gestacional (ACOG, 2002; Schnirring, 2002), particularmente nas gestantes obesas (Artal, 1998), em virtude de poder reduzir a resistência à insulina e aumentar a ação desse hormônio (eficiência). Os benefícios adicionais incluem a melhoria do tempo de recuperação pós-parto, um ganho apropriado de peso e a diminuição da fadiga.

6 – Correr é contra indicado ou desaconselhável durante a gravidez: A gestante deve estar em contato com o próprio corpo o suficiente para poder discernir honestamente quando não estiver se sentindo bem ao correr. Em geral, isso ocorre em torno do terceiro trimestre, quando o feto aumenta de tamanho.

7 – O treinamento de forca ou resistência é inadequado durante a gravidez: Até bem recentemente, o treinamento de resistência durante a gravidez era pouco recomendado. Mas agora sabemos que as mulheres podem continuar suas rotinas de treino de forca com ênfase na mecânica correta dos exercícios. Geralmente, recomenda-se o uso de cargas entre moderadas e leves que mantenham o condicionamento muscular enquanto minimizam o potencial de lesões nos ligamentos e articulações.

8 – A mulher pode comer qualquer coisa que deseja durante a gravidez, e os suplementos nutricionais não são necessários nesse período porque há um aumento no consumo de calorias: Este ponto já diz respeito as nutricionistas, a recomendação é a gestante fazer o acompanhamento nutricional inclusive nessa fase, pois sabe-se que o ganho de peso desacerbado é extremamente nocivo ao feto e a gestante. Neste caso procure sua nutricionista e obedeça a rotina de alimentos e vitaminas que este profissional passará.

9 – O exercício prejudica o bebe: A maioria das mulheres que se exercita durante a gestação vê isso como um tempo para manter algum grau de condicionamento físico e trazer o bebe ao mundo com segurança.

Podemos concluir com isso que vários mitos se formaram em relação à atividade física e a gestação, sendo que o mais indicado para a gestante é se exercitar, porem com segurança e acompanhamento de um Personal Trainer. Sendo assim para as gestantes que treinam não parem e as que não faziam atividade física iniciem um treinamento moderado respeitando seus limites.

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